Web Summit 2022: uma missão pela Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade
- Bruna Mattos
- 9 de nov. de 2022
- 4 min de leitura
Atualizado: 10 de nov. de 2022

Portugal brindou a chegada dos visitantes de novembro com um calor agradável e talvez inusitado para o período do ano. Mas há algo que aquece o clima para além da temperatura: a cidade de Lisboa, com seus mais de 2,8 milhões de habitantes, se preparava para receber com entusiasmo um fluxo de 70 mil participantes do WebSummit, o maior evento de inovação e tecnologia do mundo.
O país fez por merecer ser a casa-sede de tão importante evento por uma década.
Portugal lidera rankings internacionais de inovação, tem implementado projetos de digitalização de serviços públicos e, nos últimos anos, adotou medidas concretas para ter as startups como o principal motor de desenvolvimento econômico do país. O retorno sobre este investimento foi rápido, positivo e certeiro: o país da península ibérica com um pouco mais de 11 milhões de cidadãos é berço de 7 unicórnios, as startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares.
O feito é extraordinário. Para se ter uma ideia, o Brasil, com aproximadamente 220 milhões de habitantes, possui 22 unicórnios e a Espanha, com uma população de 47 milhões de pessoas, 6 unicórnios.
Esta foi a primeira participação do Gov2Green no Web Summit. Nosso trabalho teve início uma semana antes, já que participamos da Missão Web Summit, uma iniciativa da Atlantic Hub, Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e da No Gap.
A Missão Web Summit acontece todos os anos e, em 2022, reuniu mais de 600 empreendedores e especialistas do ecossistema de inovação brasileiro em uma intensa agenda de visitas, reuniões e conexões com o vibrante setor de inovação tech em Portugal.
Com isso, o Brasil já constitui a maior delegação nacional a participar do Web Summit. Esse é um sinal inegável das oportunidades que estão postas para as duas nações. E posso garantir: elas são numerosas e muito promissoras.
Priorização, liderança e investimento: receita de resultados certos e duradouro para inovação
Nosso grupo visitou as principais iniciativas do ecossistema de inovação e tecnologia do país, composto por universidades, hubs de inovação, empresas, fundos de venture capital e startups. A cena é vibrante, as pessoas estão entusiasmadas e os resultados já se mostram promissores. Muitos podem se perguntar qual o segredo e a resposta me parece ser tão simples quanto desafiadora: priorização, liderança e investimento.
Portugal prioriza há anos a agenda de inovação, selecionando lideranças estratégicas para estarem à frente das iniciativas e disponibilizando recursos financeiros para um crescimento sustentável. A combinação deste tripé gerou uma diversidade de iniciativas, com entregas consistentes e perspectivas muito promissoras para os próximos anos.
Três iniciativas chamam a atenção. A Universidade Nova de Lisboa, excelência nacional e internacional, um verdadeiro exemplo do potencial de colaboração entre setor público e privado; o Tagus Park, também conhecida como Cidade do Conhecimento, iniciativa que abriga quase 200 empresas e foi responsável pela revitalização da região de Oeiras, cidade dos arredores de Lisboa, com uma população de 170 mil pessoas e um dos maiores PIBs do país. E o Hub do Beato que, junto da Fábrica de Unicórnios, são dois projetos que prometem revolucionar a região portuária de Lisboa, trazendo uma concentração de investimentos, negócios e novas ideias desenvolvidas por startups em fases promissoras de desenvolvimento.
O ponto alto da Missão, sem dúvida, foi o encontro com o Presidente de Portugal, Marcelo de Souza Rebelo que, em sua fala, destacou a conexão entre as duas nações, Brasil e Portugal, nossa conexão cultural e o estreitamento das relações entre os países –"Vamos ter meio milhão de brasileiros vivendo em Portugal nos próximos 5 anos. Estamos mais juntos do que nunca", destacou o Presidente.

Desde o seu primeiro dia, fica clara qual será a tônica do WebSummit 2022: a economia verde. A demanda por um novo modelo econômico está presente de forma transversal em todo o evento, seja nos pequenos detalhes –como a adoção de copos de papel pelos participantes para reduzir a pegada de carbono– mas também, e principalmente, nos maiores, como as dezenas -literalmente!- de palestras abordando temas como sustentabilidade, transição climática, ações para mitigação e adaptação, climate techs, green finance, descarbonização, entre tantos outros.
Não há dúvidas de que o Web Summit reforça uma tendência que deve se estabelecer de forma determinante nos próximos meses e anos: todos os setores da economia –governo, universidades, empresas, fundos de investimento, empreendedores e consumidores– estarão reunidos em busca de um novo modelo de desenvolvimento sustentável.
Trabalho a começar
O WebSummit chega ao fim, mas isso também é só o começo.
Seguimos em Portugal com o Gov2Green, cultivando uma rede de parceiros locais dedicados a promover inovação e tecnologia na agenda de economia verde.
Seguiremos acompanhando as oportunidades do ecossistema de Portugal, um país que merece todas as credenciais de uma nação inovadora, tecnológica, conectada e, agora, propulsora da economia verde: durante o Web Summit, o Ministro da Economia, Costa Silva, lançou um novo programa de investimentos no valor de 90 milhões de euros para apoiar a atuação de startups "verdes".
Iniciamos a semana com a alegria por reconhecer que a sustentabilidade não é mais uma preocupação futura de poucos, mas sim a prioridade presente de muitos. Reconhecer o desafio é o primeiro passo para que ele possa ser priorizado e, enfim, combatido. Pelo lado dos empreendedores, especialmente, as startups, não faltarão boas soluções para construir um futuro transformador e verde. Há muito trabalho pela frente. Mãos à obra.



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